segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Será que sua bíblia está empoeirada??
Certa vez, uma mãe, desejando que sua pequena filha se interessasse pela Bíblia e conhecesse alguns versículos, trouxe-lhe sua Bíblia toda empoeirada e disse: “filhinha, venha agora ler um pouco a Bíblia. Você pode usar a Bíblia da mamãe e depois pode brincar”. A menina falou: “mamãe, eu prefiro estudar a Bíblia do vovô, que é bem mais legal e interessante do que a sua”. A mãe disse: “não, minha filha, a minha Bíblia e a do vovô são exatamente iguais. Por que você diz que a dele é mais interessante?”. Então, a filha disse: “é porque o vovô está sempre lendo a dele e a sua fica sempre na estante pegando poeira. Por isso, acho que a do vovô deve ter coisas mais interessantes e melhores de aprender”.
Muitas vezes, por não valorizarmos a leitura da Bíblia, passamos aos outros a impressão de que ela é um livro comum. Entretanto, não foi simples para Deus fazer com que hoje pudéssemos ter a Bíblia em nossas mãos. Deus usou Sua soberania para fazê-la chegar ao maior número de pessoas possível, não para que a usassem como objeto decorativo de estante, e sim para que, diariamente, desfrutassem das riquezas de Cristo nela contidas. Uma Bíblia empoeirada e abandonada na estante de uma casa indica que essas pessoas também estão com seus corações empoeirados e com ausência de Deus. Uma Bíblia limpa, mas apenas com função decorativa, também não cumpre seu propósito. A Palavra de Deus é alimento para o nosso espírito. No Evangelho de João 6:57 está escrito: “quem de mim se alimenta, por mim viverá”. Em Mateus 7:16, Jesus também disse: “pelos frutos vos conhecereis” e em João 4:24, Ele disse: “a verdadeira adoração é em espírito e em verdade”. O que significa isso? Significa que devemos adorar a Deus em verdade, porque temos que viver o Evangelho; e em espírito, porque devemos amar a Deus sobre todas as coisas, sem precisarmos de reconhecimento humano.
Quando permitimos, conscientemente ou não, que projetos e desejos, vontades e emoções, preguiça e preconceito, pessoas e cargos, dinheiro e bens nos impeçam de tocar Cristo - mediante a leitura e meditação da Verdade que vem diretamente do Trono de Deus: a Bíblia - então, o cumprimento do primeiro mandamento não está sendo realidade em nossa vida (Mat 22:36-38).
Ainda hoje, pegue sua Bíblia, abra e leia em voz alta alguns versículos, especialmente do Novo Testamento. Gaste alguns minutos e pense sobre os versículos lidos. Permita que a luz divina entre em seu coração através do texto bíblico, para renovar sua vida (Rom 12:2). Não deixe mais a Bíblia ser um objeto decorativo em sua casa!
sábado, 7 de janeiro de 2012
Porquê uma igreja fica doente?
“Por que uma igreja fica doente?” Esse foi o questionamento feito por um garoto de doze anos a um velho pastor. Com os olhos marejados de água, enquanto folheava as páginas da Bíblia, o ancião dizia ao garoto: “Os cristãos cometem muitos enganos nesse assunto. Muitos pensam que a igreja fica doente em conseqüência dos ataques de Satanás. Mas o inferno não tem poder para destruir a igreja. Pelo contrário; diante da igreja, são as portas do inferno que não podem prevalecer. O maior inimigo da igreja não são os demônios nem alguma ausência de atividade evangelística, nem alguma deficiência no ensino, nem algum tipo de problema financeiro, mas as divisões entre os crentes. Jesus afirmou que um reino dividido não pode subsistir (Marcos 3.24). Assim, se a igreja está dividida, ela não consegue sobreviver. Antes, ela morre.”
O apóstolo Paulo sabia que a morte de uma igreja acontecia como conseqüência das divisões. Por isso mesmo, tão intensamente, ele alertou a igreja de Corinto sobre esse assunto. Em I Coríntios 1.10-17 ele escreveu sobre isso. Nas suas palavras contra a divisão, Paulo apontava para o próprio Senhor Jesus: Cristo não estava dividido e, por isso, nós, os cristãos, devemos lutar contra as divisões.
Devemos lutar contra a diferença na linguagem
Uma das causas da multiplicação das divisões é a diferença na linguagem. Se as pessoas de uma comunidade começam a não concordar naquilo que falam, essa comunidade corre um sério risco de morrer. Paulo sabia disso. Por isso, quando escreveu para os crentes de Corinto, ele alertou: “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.” (I Coríntios 1.10)
A diferença na linguagem acontece quando os cristãos começam a enfatizar um único ensinamento em detrimento dos demais ensinamentos da Escritura. É como se um grupo começasse a enfatizar somente a batalha espiritual; outro, somente a teologia sistemática; um terceiro grupo, somente missões; outro, somente a cura divina; um quinto enfatizasse somente os pequenos grupos; outro, somente a importância do seminário; e assim por diante. São vários grupos distintos dentro da igreja dizendo que os seus ensinamentos são os mais importantes e os mais relevantes, anunciando somente as suas linguagens características. Inconscientemente, eles vão promovendo a divisão dentro da igreja.
A sobrevivência da igreja depende da unidade na linguagem. Os cristãos dos primeiros séculos sabiam disso. Por isso, quando um crente se levantava trazendo algum ensinamento diferente daquele exposto na Bíblia ou que enfatizasse apenas um único aspecto da Bíblia, logo iniciava-se uma “movimentação santa”. Os crentes se reuniam e debatiam sobre aquele novo ensinamento até identificarem a posição das Escrituras e os problemas de se enfatizar apenas um único ponto. Eles não descansavam até que a linguagem fosse unificada dentro da igreja.
Devemos lutar contra a ênfase no partidarismo
O ser humano tem uma tendência natural de se ligar aos grupos com os quais se identifica. Isso não é ruim; faz parte da nossa individualidade como seres humanos e a Bíblia não condena esse tipo de associação natural. Mas a Bíblia condena, sim, aquela associação que nasce a partir de divisões dentro de um determinado grupo. Ela condena as associações com ênfase no partidarismo, em que as pessoas valorizam o seu próprio grupo e desprezam os demais. Era isso que estava acontecendo dentro da igreja: as diferenças de linguagem estavam provocando divisões e promovendo partidarismos. (I Coríntios 1.12)
Esse tipo de postura só esvazia o significado de igreja, enfatiza a criação de partidos dentro da comunidade, faz nascer divisões entre as pessoas e enfraquece a igreja. Mas Cristo, o Cabeça da igreja, não está dividido. Por isso mesmo nós devemos lutar contra a ênfase no partidarismo.
Devemos lutar contra a competição por pessoas
Dentro das disputas na igreja de Corinto, os grupos procuravam se fortalecer, tentando conseguir o maior número possível de adeptos através dos batismos. Na cabeça deles, quando alguém batizava o batizado já era adepto do grupo desse alguém. E, absurdamente, esses grupos estavam promovendo essa competição, usando o nome de Paulo, de Apolo e de Pedro. Diante disso, Paulo pergunta: “Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo? Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de vocês, exceto Crispo e Gaio; de modo que ninguém pode dizer que foi batizado em meu nome (Batizei também os da casa de Estéfanas; além destes, não me lembro se batizei alguém mais). Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho.” (I Coríntios 1.13-17a).
Paulo mostra que era um absurdo as pessoas se dividirem em partidos e competirem por pessoas. Cristo não está dividido; por isso, devemos lutar contra a competição por pessoas. Devemos entender que as pessoas que chegam à igreja não nos pertencem, mas a Cristo. Nós somos apenas os vasos usados por Deus para ministrar o Evangelho àqueles que se convertem. Ainda que devamos ser modelos para as pessoas, devemos formar seguidores – não de nós mesmos, mas de Cristo. Se cada pessoa formar seguidores dela mesma, haverá várias linguagens, vários partidos e grande divisão dentro da igreja. Contudo, como afirmou o apóstolo Paulo, Cristo não está dividido.
É interessante que Jesus freqüentemente nos diga para buscarmos as bênçãos que ele promete em lugares inesperados. Àqueles que queriam ser exaltados, ele disse que olhassem para baixo e lavassem os pés de seus irmãos (João 13:14-15). Àqueles preocupados com necessidades físicas, ele disse que buscassem as coisas espirituais (Mateus 6:31-34). E àqueles que querem a paz com os homens, ele diz que busquem a sabedoria pura que vem de cima. Se começarmos a buscar a paz, é bem provável que acabemos com nada mais do que alianças impuras com pessoas infiéis. Mas se partirmos para buscar e seguir a Verdade, receberemos o benefício extra da paz com Deus e seu povo. "A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica..." (Tiago 3:17). Não podemos reverter a ordem. Se pusermos a paz acima da pureza na pregação e na prática, terminaremos em desavença com Deus. Mas se nos devotarmos a proclamar e a seguir a pura mensagem de Jesus Cristo, gozaremos paz eterna com Deus e seu povo (1 Coríntios 1:10; Efésios 2:11-22).
"Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Romanos 14:19).
Por Pastor Marcos ferreira.
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